Covid-19: Infectologista defende vacinação anual devido à mutação constante do vírus

Com o aumento no número de casos de Covid-19, volta à tona uma dúvida comum: é necessário se vacinar contra a doença todos os anos? Em entrevista ao programa Toda Hora, da Salvador FM, nesta terça-feira (26), o infectologista Claudilson Bastos explicou que, sim, os reforços vacinais continuam sendo fundamentais — principalmente por causa da alta capacidade de mutação do vírus.

“A vacina da influenza e da Covid-19 tem uma vida útil mais curta justamente porque os vírus conseguem se modificar com facilidade. Eles têm uma capacidade de mutação muito alta”, afirmou o médico.

Segundo Bastos, a proteção conferida pelas vacinas contra esses vírus diminui ao longo do tempo, o que exige doses de reforço regulares, seguindo o calendário do Ministério da Saúde. Ele comparou com imunizantes de longa duração, como os das hepatites ou sarampo, ressaltando que o comportamento viral faz toda a diferença.

“É impressionante como o coronavírus assume uma espécie de ‘múltipla personalidade’. Com o tempo, ele desenvolve variações, novas variantes, sorotipos... e isso exige atenção constante da ciência e da saúde pública”, explicou.

O especialista destacou ainda que a queda da imunidade começa a ocorrer a partir de seis meses após a aplicação da vacina. Por isso, a revacinação é essencial para manter a proteção coletiva.

“É importante que a comunidade entenda: a vacina contra a gripe, seja influenza ou Covid, tem uma proteção mais curta. Diferente de outras vacinas, que duram anos, essa precisa ser reforçada com frequência”, concluiu.